O Ministério Público Federal (MPF) está questionando o veto da terapia hormonal para crianças e adolescentes, apontando que tal decisão pode trazer consequências graves para a saúde destes jovens. A controvérsia gira em torno do tratamento de disforia de gênero, condição em que uma pessoa não se identifica com seu gênero biológico.
A terapia hormonal é uma das formas de tratamento para pessoas com disforia de gênero, ajudando a trazer a aparência física mais próxima da identidade de gênero desejada. No entanto, o Conselho Federal de Medicina (CFM) emitiu uma resolução proibindo a terapia hormonal em menores de 18 anos, baseando-se na premissa de que o desenvolvimento físico e mental ainda não está completo nessa faixa etária.
O MPF questiona essa decisão, argumentando que a não realização da terapia hormonal pode levar a um agravamento dos quadros de ansiedade, depressão e até mesmo suicídio entre os jovens com disforia de gênero. Além disso, a instituição destaca que a resolução do CFM vai de encontro às diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) que garantem o acesso a tratamentos de saúde para todas as pessoas, inclusive para a população LGBTQ+.
A questão da disforia de gênero é um tema delicado que envolve não apenas a saúde física, mas também a saúde mental e emocional dos indivíduos. Portanto, é essencial que sejam adotadas políticas públicas e protocolos de saúde que considerem as necessidades e particularidades de cada pessoa, garantindo assim o respeito à diversidade e o direito à saúde de todos os cidadãos, independentemente de sua identidade de gênero.
Diante desse cenário, é fundamental que haja um debate amplo e democrático envolvendo profissionais de saúde, pesquisadores, ativistas e representantes da comunidade LGBTQ+ para que se possa encontrar soluções que atendam às demandas desses jovens, respeitando seus direitos e promovendo o bem-estar e a qualidade de vida de todos.
Com informações da EBC
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