A Universidade Federal de Alagoas (Ufal) está participando de um projeto inovador, financiado pelo Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) através do Termo de Execução Descentralizada (TED), em parceria com a Federal Rural de Pernambuco (UFRPE/MPA). O objetivo principal dessa iniciativa é aprimorar o monitoramento da pesca artesanal nos estados de Alagoas, Paraíba e Pernambuco, uma atividade essencial para garantir a segurança alimentar e a subsistência de milhares de famílias na região.
O projeto em questão, intitulado “Estimativas de Captura e Esforço para Pescarias Artesanais Marinhas e Estuarinas”, está sendo coordenado pelo professor Humber Agrelli Andrade, da UFRPE, e conta com a colaboração dos professores Igor da Mata Oliveira e Vandick da Silva Batista, ambos da Ufal, juntamente com suas respectivas equipes de apoio e desenvolvimento.
O professor Igor da Mata Oliveira foi selecionado para integrar o projeto devido à sua vasta experiência no desenvolvimento de estratégias e metodologias estatísticas para a coleta e análise de dados utilizados na avaliação e gestão de recursos pesqueiros, o que é fundamental para preencher a lacuna histórica de informações sobre a pesca no Brasil.
De acordo com o professor, o projeto representa uma oportunidade única para estabelecer uma base científica sólida que respalde decisões estratégicas visando a gestão sustentável da pesca. Ele ressalta a escassez de dados estatísticos no Brasil, o que compromete a capacidade de planejamento e implementação de políticas públicas eficazes.
Por sua vez, o professor Vandick Batista contribui com sua expertise, adquirida ao longo de 12 anos de coleta de dados na Amazônia Central e seis anos em Paripueira/AL, concentrando suas análises na sustentabilidade da atividade pesqueira e ambiental. Ele destaca a importância de dar visibilidade à pesca artesanal, evidenciando sua relevância social, econômica e cultural.
Ambos os docentes da Ufal possuem uma extensa trajetória de colaboração com comunidades pesqueiras, fortalecendo assim a conexão entre a ciência e a participação social.
Além disso, o projeto visa enfrentar os desafios estruturais através do desenvolvimento de estimativas confiáveis de captura e esforço pesqueiro, fazendo uso de ferramentas tecnológicas como aplicativos de coleta de dados e geoprocessamento. A intenção é capacitar os pescadores artesanais para que possam atuar como coletores de dados em suas próprias comunidades.
O coordenador geral do projeto, professor Humber Agrelli Andrade, ressalta a urgência dessa iniciativa, enfatizando que a falta de informações precisas tem sido uma das principais barreiras para uma gestão sustentável das pescarias no Brasil. Ele destaca que o projeto combina ciência, tecnologia e inclusão social para lidar com essa questão histórica.
Apesar de o convênio vigente ter previsão de término em 2026, é crucial que a atividade não seja interrompida, visando o bem-estar das pessoas, do ambiente e da economia do país. Caso o projeto seja bem-sucedido, há o potencial de subsidiar a gestão pesqueira na região, contribuindo para a preservação dos estoques pesqueiros, o fortalecimento das comunidades pesqueiras e a formulação de políticas públicas que conciliem o desenvolvimento econômico com a sustentabilidade ambiental.
Com informações e fotos da UFAL