A alta de 1,23% nos preços da alimentação fora do lar em dezembro superou a inflação geral medida pelo IPCA-15. Apesar disso, os estabelecimentos do setor não conseguiram repassar integralmente o aumento nos principais insumos, que registrou uma alta de 1,47%.
Esses dados refletem a pressão inflacionária enfrentada pelos bares e restaurantes ao longo do ano de 2024. Enquanto o segmento de alimentação fora do lar teve uma inflação de 6,09%, a alimentação no domicílio avançou 8,75% e os alimentos e bebidas fecharam o ano com um aumento de 8%.
Uma pesquisa realizada pela Abrasel em novembro revelou que 32% dos empresários do setor não puderam ajustar os preços de seus cardápios nos últimos 12 meses, mesmo diante do aumento dos custos de insumos como carne, óleo e energia elétrica. Esse cenário evidencia os desafios enfrentados pelos estabelecimentos na busca pelo equilíbrio entre as margens de lucro e a competitividade.
No mês de dezembro, o índice geral de preços registrou uma alta de 0,34%, com maior destaque para o grupo de alimentos e bebidas, impulsionado principalmente pela alimentação no domicílio. Apesar dos reajustes menores na alimentação fora do lar, os estabelecimentos estão se esforçando para limitar o impacto ao consumidor, mesmo que isso aumente a pressão sobre os empresários.
O presidente da Abrasel, Paulo Solmucci, destacou a decisão do governo de São Paulo de manter a alíquota de ICMS em 4%, em meio à forte pressão de custos enfrentada pelo setor. Segundo ele, os estabelecimentos estão evitando repassar integralmente os aumentos para o cardápio, com receio de perder clientes, o que pode impactar em 1% a 2% no preço final ao consumidor.
O IPCA-15, divulgado pelo IBGE, funciona como um termômetro das pressões inflacionárias antes da divulgação do IPCA oficial, prevista para o início de janeiro. Esse indicador é importante para compreender o cenário econômico e os desafios enfrentados pelos bares e restaurantes diante das oscilações de preços e custos.
Com informações e fotos da Abrasel/BR