Na manhã desta quarta-feira, foi realizada a 13ª fase da operação Leite Compen$ado, que teve como alvo um laticínio localizado em Taquara, no Rio Grande do Sul. Durante a operação, foram apreendidas toneladas de produtos e a fórmula usada para a fraude.
No total, foram cumpridos quatro mandados de prisão preventiva e 16 de busca e apreensão em empresas e residências de Taquara, Parobé, Três Coroas, Imbé e São Paulo. Uma funcionária da empresa foi presa em flagrante por tentar alertar colegas para esconder seus dispositivos móveis e deletar mensagens.
Segundo o coordenador regional do Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal, Márcio Todero, a fiscalização foi feita de forma minuciosa, adotando medidas de controle qualitativo de produtos e processos, como a suspensão temporária das atividades da empresa e a aplicação de um auto de infração. Durante as investigações, foram encontrados indícios do uso de soda cáustica, uma substância inapropriada para consumo humano, que pode ser utilizada para mascarar o pH do produto em análises. Isso configurou um risco para a saúde pública e a defesa agropecuária, resultando na apreensão dos produtos e na suspensão dos processos de fabricação.
A operação envolveu uma atuação conjunta entre o Ministério da Agricultura e Pecuária e o Ministério Público Estadual do Rio Grande do Sul, com suporte técnico do Laboratório Federal de Defesa Agropecuária no estado. Foram realizadas vistorias nas instalações da empresa, coleta de amostras para análise laboratorial e inspeção de depósitos suspeitos de armazenar matérias-primas impróprias.
A investigação teve início a partir de uma denúncia formal recebida pelo Ministério Público Estadual, que indicava práticas irregulares na produção de leite UHT e composto lácteo. As denúncias incluíam suspeitas da adição de soda cáustica em leite nos silos, para mascarar alterações na acidez do produto, e da utilização de matérias-primas vencidas e em más condições higiênico-sanitárias na fabricação de produtos lácteos.
Embora a empresa possuísse registro no Serviço de Inspeção Federal, nos últimos dois anos foram registradas várias ações fiscais na empresa, incluindo interdições, suspensões de atividades e autuações por fraude de registros e embaraço à fiscalização.
A operação foi focada na empresa denunciada, não havendo indícios de que outras empresas estejam envolvidas na mesma prática fraudulenta ou de que o leite produzido no Rio Grande do Sul esteja comprometido.
Com informações e Fotos do Ministério da Agricultura e Pecuária