O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, gerou intensa controvérsia ao decretar a lei marcial, uma medida extrema que limita os direitos civis e implementa leis militares em substituição à legislação comum. A imposição desta medida levou a uma série de reações negativas, tanto dentro do governo quanto da população em geral.
Yoon justificou sua decisão com o objetivo de “limpar” o país de supostos aliados da Coreia do Norte, enquanto também criticava a oposição. No entanto, a reação contrária foi imediata, com milhares de sul-coreanos indo às ruas em protesto e alguns até mesmo clamando pela prisão do presidente.
A situação se agravou quando a Assembleia Nacional foi fechada e forças policiais especiais foram mobilizadas para conter os manifestantes. Em meio a esse cenário de conflito, os deputados conseguiram se reunir em uma sessão de emergência e declararam a lei marcial como inválida, desafiando assim o poder executivo.
Essa crise política ocorreu em um contexto de crescente tensão na península coreana, com as duas Coreias mantendo relações frágeis e marcadas por ameaças e provocações. A suspensão de um pacto de não agressão pela Coreia do Norte em 2023 foi um dos pontos chave que contribuíram para a escalada das tensões.
Além disso, Yoon Suk Yeol já vinha enfrentando desafios em seu governo, com a perda de popularidade desde que assumiu o cargo em 2022. Sua gestão foi ainda mais enfraquecida após seu partido sofrer derrotas nas eleições legislativas, o que ampliou o controle da oposição no Parlamento.
Diante desse cenário de instabilidade política e social, a revogação da lei marcial após a pressão popular e a reação do Legislativo representam um momento crucial na história recente da Coreia do Sul. A tensão entre os poderes executivo, legislativo e a população demonstra a fragilidade do sistema político do país e a necessidade de um diálogo e reconciliação urgentes para evitar uma escalada ainda maior de conflitos.