Nesta quarta-feira, dia 4, a Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados focalizará suas atenções no emblemático Cais do Valongo, situado na zona portuária do Rio de Janeiro. Este local, historicamente marcante, foi reconhecido pela UNESCO em 2017 como patrimônio da humanidade, destacando sua forte conexão com a identidade brasileira e carioca. Fundamental para a história afro-brasileira, o Cais do Valongo foi o maior porto de entrada de africanos escravizados nas Américas, um ponto central na complexa e dolorosa teia da diáspora africana.
O encontro, que ocorre às 15h30 no plenário 10, foi convocado a partir de uma solicitação da deputada Benedita da Silva, representante do Partido dos Trabalhadores pelo Rio de Janeiro. Benedita, uma figura influente na luta pelos direitos das comunidades afrodescendentes, propõe que a discussão sirva para detalhar a estrutura de tratamento do vasto acervo histórico-cultural do Cais do Valongo. A intenção é debater as atuais condições de preservação patrimonial e o rigor necessário para o manejo dos bens materiais e imateriais afro-brasileiros presentes na região.
O Cais do Valongo não apenas carrega as memórias dos horrores da escravidão, mas também é um símbolo vibrante da resistência e da rica cultura das comunidades afro-brasileiras. Na região que o circunda, conhecida como “Pequena África”, perpetuam-se tradições que são patrimônios vivos do Brasil e que precisam ser resguardadas e valorizadas como parte vital da identidade nacional.
Este debate, portanto, não se limita a uma revisão histórica. Ele abre espaço para discutir como o legado cultural do Cais do Valongo e das comunidades afrodescendentes pode ser não apenas protegido, mas também celebrado e incorporado de forma justa e visível nas narrativas do Brasil contemporâneo. A iniciativa visa garantir que as vozes e as histórias daqueles que passaram por este porto sejam respeitadas e ouvidas, reconhecendo sua influência inegável na construção do que o Brasil é hoje.
Com informações e fotos da Câmara dos Deputados