À medida que o Brasil ocupa a presidência do G20 até o final de novembro, o país intensifica seus esforços em direção a três prioridades fundamentais: o combate à fome, à pobreza e à desigualdade, a reforma da governança internacional e o desenvolvimento sustentável nas esferas econômica, social e ambiental. Desde que assumiu essa liderança em dezembro do ano passado, o país tem promovido encontros em todo o território nacional, reunindo especialistas e representantes da sociedade civil para debater propostas que serão apresentadas na Cúpula de Líderes do G20. Agendado para os dias 18 e 19 de novembro no Rio de Janeiro, o evento congregará representantes das 19 maiores economias do mundo, juntamente com a União Europeia e a União Africana. Coletivamente, esses países representam dois terços da população global, 75% do comércio mundial e 85% do PIB do planeta.
Em julho, ministros do G20 oficializaram um compromisso para mitigar as desigualdades sociais por meio da Declaração Ministerial de Desenvolvimento do G20 para Reduzir as Desigualdades. De acordo com a Oxfam, desde 2020, o 1% mais rico do mundo acumulou quase dois terços da riqueza gerada, enquanto os 10% mais ricos são responsáveis por metade das emissões de carbono globais.
A deputada Carol Dartora, representante do PT-PR e integrante da Frente Parlamentar Mista em Apoio aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, reconhece os avanços do Brasil no combate à pobreza extrema (ODS 1) e na educação (ODS 4). No entanto, ela ressalta que desafios significativos permanecem, sobretudo em questões ambientais, como desmatamento e emissões de gases de efeito estufa (ODS 13), além de desigualdades sociais persistentes (ODS 10). Segundo Dartora, mesmo com o Brasil sendo signatário de vários acordos internacionais, a execução das políticas concernentes aos ODS tem sido irregular, especialmente em questões ambientais, atraindo críticas significativas.
O Brasil priorizou a inclusão social e a redução das desigualdades, aspectos essenciais do ODS 10, durante sua presidência do G20. A Agenda 2030, que orienta esses objetivos, também destacou a urgência de investimentos em saneamento básico (ODS 6). A Frente Parlamentar, formada por 187 deputados e sete senadores, está engajada em impulsionar diálogos com o governo para promover políticas públicas alinhadas aos princípios dos ODS.
Lavito Bacarissa, secretário-executivo da Comissão Nacional para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, frisou que o Relatório Nacional Voluntário de 2024 reflete o desempenho do Brasil em relação aos 17 objetivos de desenvolvimento sustentável. Atualmente, apenas 14 das 169 metas foram alcançadas, revelando o longo caminho a percorrer. Bacarissa destaca a importância de popularizar o conhecimento sobre a agenda ODS, insistindo na participação social como fundamental. Ele aponta que as comparações entre países são difíceis devido às diferenças de contexto, sugerindo que as análises deveriam focar no progresso de cada nação.
Desde 2010, o G20 estabeleceu um grupo de trabalho focado em desenvolvimento e redução da pobreza, com o propósito de integrar e incentivar nações em desenvolvimento, especialmente aquelas menos favorecidas, a aderirem aos objetivos do G20.
Com informações e fotos da Câmara dos Deputados












