O deputado federal Glauber Braga, representante do PSOL no Rio de Janeiro, foi detido durante a ação de desocupação do Pavilhão João Lyra Filho da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Após 56 dias de ocupação do prédio pelos estudantes, a Polícia Militar foi autorizada judicialmente a intervir e retirar os manifestantes que haviam desrespeitado o prazo estabelecido pela Justiça para deixar o local. Durante o confronto, os policiais lançaram bombas de efeito moral e os estudantes responderam com o arremesso de pedras. Alguns manifestantes foram detidos, incluindo o deputado Glauber Braga, que foi preso enquanto tentava defender os estudantes.
Em comunicado oficial, a reitoria da Uerj confirmou que a desocupação do Pavilhão João Lyra Filho foi concluída e que a reintegração de posse dos espaços da universidade foi formalizada. A reitoria lamentou o desfecho da situação e classificou a ação dos estudantes como um ato de intransigência, ressaltando que todas as tentativas de negociação foram esgotadas antes da intervenção policial.
Por meio das redes sociais, os estudantes manifestaram indignação com a atitude da reitoria, acusando-a de agir de forma autoritária e repressiva. O posicionamento do PSOL, partido ao qual o deputado Glauber Braga é filiado, também criticou a prisão do parlamentar, considerando-a arbitrária e ilegal. O partido informou que acionaria o departamento jurídico para tomar as medidas cabíveis contra o estado do Rio de Janeiro.
Os manifestantes ocupavam o prédio da Uerj em protesto contra as mudanças nas regras de concessão de bolsas e auxílios de assistência estudantil. Eles se opõem ao Ato Executivo de Decisão Administrativa 038/2024, que restringe o acesso ao auxílio alimentação e estabelece critérios de renda familiar para a concessão de benefícios sociais. As novas diretrizes resultaram na exclusão de mais de 1.000 estudantes do programa de bolsas da instituição.
Durante a ocupação, tanto a reitoria quanto os estudantes argumentaram falta de espaço para negociações. A Uerj propôs medidas de transição, incluindo o pagamento de auxílio financeiro aos alunos afetados pelas mudanças temporárias, mas os manifestantes recusaram a oferta. O impasse entre as partes resultou na judicialização do caso, com a juíza determinando a desocupação do prédio e agendando uma nova audiência para buscar um acordo entre as partes.
Em meio aos confrontos e manifestações, um policial ficou ferido e precisou ser levado ao hospital. A situação na Uerj evidenciou o embate entre estudantes e instituição, refletindo a complexidade das questões educacionais e sociais envolvidas no cenário atual.
Com informações da EBC
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