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Audiência pública expõe falhas no sistema anti-gelo do avião da VoePass

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Em uma audiência pública realizada nesta terça-feira (10) pela comissão externa da Câmara dos Deputados, que investiga o trágico acidente aéreo da VoePass ocorrido em 9 de agosto, detalhes preliminares do relatório do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) foram apresentados. O documento, divulgado na última sexta-feira (6), revelou que a tripulação do voo que partiu de Cascavel (PR) com destino a São Paulo não emitiu qualquer declaração de emergência antes da queda que resultou na morte dos 62 ocupantes, entre passageiros e tripulantes.

O brigadeiro do ar Marcelo Moreno, chefe do Cenipa, elucidou que, ao contrário das investigações judiciais, que focam na busca por culpados, a análise conduzida pela sua equipe visa aumentar a segurança no transporte aéreo para evitar futuros acidentes. Segundo Moreno, a aeronave estava devidamente certificada para voar em condições de gelo e a tripulação era treinada para operar nessas circunstâncias. “Em nenhum momento foi declarada uma emergência, apesar das claras indicações meteorológicas de formação de gelo severo na rota”, afirmou.

De acordo com o relatório preliminar, o sistema de degelo da aeronave foi ativado três vezes durante o voo, utilizando o Eletronic Ice Detector para identificar a formação de gelo. A possibilidade de falha no sistema foi levantada, mas conforme explicou Moreno, ainda não é possível afirmar se houve um problema técnico ou se as ações foram realizadas pelos próprios pilotos.

A audiência foi presidida pelo deputado Bruno Ganem (Pode-SP), coordenador da comissão externa de investigação, que buscou entender se o sistema de degelo poderia ter sido desativado inadvertidamente. Moreno esclareceu que as caixas-pretas registraram apenas os comandos de ativação e desativação do sistema, sem detalhes sobre a origem dessas ações. Essas informações ainda serão analisadas nos computadores da aeronave e em consulta aos fabricantes.

Na audiência, o coronel aviador Carlos Henrique Baldin, também do Cenipa, apresentou um resumo das investigações em curso. Ele revelou que o piloto da VoePass solicitou a permissão para aproximação pela primeira vez às 13h18, porém, a autorização foi negada devido a outra aeronave em rota convergente. Às 13h20, a informação foi atualizada para permitir a aproximação em dois minutos, mas um minuto depois, o avião já estava em queda, sem que nenhuma emergência tivesse sido declarada.

O deputado Padovani (União-PR), que integra a comissão, inquiriu detalhadamente sobre a manutenção da aeronave e a eficácia do sistema de degelo. Baldin explicou que o sistema de degelo começa a atuar em segundos após a ativação, trabalhando em ciclos que podem variar de um a três minutos, dependendo da intensidade do gelo.

Além disso, uma denúncia anônima foi levada ao Ministério Público do Paraná em 26 de agosto, alegando operações irregulares da VoePass em Cascavel e crimes de responsabilidade por parte da autarquia Transitar. Essa questão, segundo os representantes do Cenipa, será investigada pela Polícia Federal.

O Cenipa continua com suas investigações, coletando dados e ouvindo funcionários para esclarecer todos os aspectos técnicos e operacionais do trágico acidente. Enquanto isso, a busca por uma maior segurança no transporte aéreo segue como principal objetivo.

Com informações e fotos da Câmara dos Deputados

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