O renomado escritor e ativista ambiental Ailton Krenak participou recentemente do Festival Literário Internacional de Paracatu e trouxe à tona reflexões profundas sobre a relação entre literatura e a forma de viver na Terra. Krenak enfatiza a importância de reconhecermos que todos nós, de uma forma direta ou indireta, estamos contribuindo para o consumo desenfreado do planeta, pois, segundo ele, “nós somos o corpo da Terra”.
Ao abordar a responsabilidade que recai sobre todos, inclusive os povos indígenas, Krenak questiona como podemos permitir a destruição que está ocorrendo em nosso planeta, considerando que somos todos filhos da Terra. Para ele, a mineração, a devastação das florestas e a exploração do petróleo são os principais agentes de destruição que precisam ser enfrentados.
Em seu mais recente livro, “Kuján e os meninos sabidos”, voltado para o público infantil, Krenak busca oferecer uma visão alternativa sobre a criação da humanidade, que vai além da tradicional história de Adão e Eva. Através de seus personagens e narrativas, o autor incentiva as crianças a pensar em novas formas de habitar o mundo e a valorizar a convivência harmoniosa com a natureza.
Krenak também destaca a importância da literatura como um espaço de proposição e busca por novas maneiras de conviver com a Terra. Para ele, os escritores têm o poder de antecipar tragédias e profetizar o futuro, guiando-nos na direção de uma convivência mais sustentável e respeitosa com o nosso planeta.
Em tempos de crise ambiental e social, as palavras de Ailton Krenak ecoam como um chamado à ação e à reflexão sobre o nosso papel como habitantes da Terra. Por meio da literatura e da arte, podemos encontrar caminhos para uma coexistência mais equilibrada e consciente, garantindo um futuro melhor para as gerações futuras. A mensagem de Krenak ressoa como um lembrete de que é urgente repensarmos nossas práticas e nos reconectarmos com a natureza, antes que seja tarde demais.
Com informações da EBC
Fotos: © Fliparacatu/Divulgação / EBC