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Farmacêuticos de Brasília lutam por piso salarial digno: debate esquenta na Câmara

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Comissão de Trabalho da Câmara Discute Piso Salarial dos Farmacêuticos de Brasília

Brasília, 12 de agosto de 2024 – A Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados se reuniu nesta segunda-feira para debater a ausência de um piso salarial para os farmacêuticos de Brasília, uma situação que se arrasta desde 2017. Naquele ano, a convenção coletiva que estabelecia o piso foi questionada, resultando em uma queda abrupta nos salários. Atualmente, os profissionais reportam remunerações inferiores a R$ 1,5 mil, muito abaixo dos mais de R$ 5 mil pagos anteriormente.

Erivan Araújo, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Distrito Federal (Sincofarma), destacou que 70% dos preços dos medicamentos são controlados pelo governo. Em seu discurso, ele mencionou que o lucro líquido médio das farmácias independentes, representando mais de 82% do total, é de pouco mais de R$ 4 mil mensais. Araújo expressou preocupação com o possível retorno do piso salarial, temendo que isso possa agravar a situação financeira dessas empresas.

"Quando falamos de piso salarial, nossa preocupação é com o que pode acontecer com as farmácias de pequeno porte. Dentro desses estabelecimentos, 80% dos funcionários não são farmacêuticos. O fechamento de farmácias resultaria em desemprego não só para farmacêuticos, mas para muitos outros trabalhadores", argumentou Araújo.

Em contraste, Fábio Basílio, presidente da Federação Nacional dos Farmacêuticos, refutou as afirmações de Araújo. Ele apresentou exemplos de estados como Goiás e Piauí, onde os pisos salariais são de quase R$ 6 mil e superiores a R$ 5 mil, respectivamente, apesar de terem um custo de vida inferior ao de Brasília.

"Como sindicalista há mais de 20 anos, tenho repulsa quando ouço que salários quebram empresas. Isso não é verdade. O que realmente quebra empresas é má gestão", rebateu Basílio.

A deputada Erika Kokay (PT-DF) classificou como "injustificável" a ausência de um acordo trabalhista por sete anos. Ela ressaltou que os relatos apresentados durante a reunião serão encaminhados ao Ministério Público do Trabalho. "Uma negociação eficaz requer disposição, vontade de negociar e respeito mútuo", pontuou a deputada.

Gilcilene Chaer, representante do Conselho Federal de Farmácia, trouxe à tona diversos problemas enfrentados pelos farmacêuticos. Segundo ela, alguns profissionais, além de receberem baixos salários, são obrigados a desempenhar funções de limpeza e reposição de produtos. Ela também denunciou jornadas de trabalho excessivas e falta de respeito aos horários de descanso, além de casos de remuneração variável baseada na quantidade de vendas de produtos.

Um depoimento marcante veio de um farmacêutico presente na audiência, que contou ter pedido demissão devido aos baixos salários e passado a trabalhar como motorista de aplicativo para garantir sua subsistência.

A reunião evidenciou a urgência de solucionar a questão do piso salarial dos farmacêuticos em Brasília, refletindo a necessidade de equilíbrio entre as condições de trabalho dos profissionais e a viabilidade econômica das farmácias independentes.

Com informações e fotos da Câmara dos Deputados

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