Nesta segunda-feira, a Lei Maria da Penha completou 18 anos de vigência no Brasil, um marco significativo na luta contra a violência doméstica e familiar que atinge mulheres em diversas esferas sociais. No entanto, a Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara dos Deputados surpreendeu a todos ao cancelar, de última hora, a audiência que estava programada para debater o impacto desta legislação. A audiência havia sido solicitada pela deputada Reginete Bispo (PT-RS) e, até o momento, não há uma nova data confirmada para a sua realização.
Desde sua promulgação, em 7 de agosto de 2006, a Lei Maria da Penha revolucionou o enfrentamento à violência contra a mulher no país. A legislação trouxe uma série de medidas protetivas para vítimas de violência doméstica, incluindo a criação de juizados especializados para tratar destes crimes. Antes da lei, a violência doméstica era frequentemente tratada como um crime de menor potencial ofensivo; com a nova legislação, ela passou a ser reconhecida como uma grave violação dos direitos humanos.
Contudo, apesar dos claros avanços proporcionados pela Lei Maria da Penha, muitos desafios permanecem. A própria deputada Reginete Bispo destacou que a plena implementação da lei ainda enfrenta obstáculos significativos. “Apesar dos avanços proporcionados pela legislação, ainda há muitos desafios a serem enfrentados, como a falta de estrutura e recursos adequados para a efetiva implementação da lei, a impunidade dos agressores e a necessidade de conscientização e educação da sociedade”, afirmou a parlamentar.
A audiência cancelada hoje tinha como objetivo principal discutir esses desafios, além de avaliar os progressos alcançados e identificar áreas que necessitam de aprimoramento. Esperava-se uma ampla participação da sociedade civil, especialistas, gestores públicos e outros interessados, com a finalidade de fortalecer as políticas públicas voltadas para a prevenção e o combate à violência de gênero.
O cancelamento, sem dúvida, é um retrocesso temporário na discussão tão necessária sobre a eficácia e os desafios da Lei Maria da Penha. A expectativa agora recai sobre uma remarcação urgente dessa audiência, pois o debate aberto e democrático é essencial para que a legislação continue a evoluir e a cumprir seu propósito de proteger as mulheres brasileiras de todas as formas de violência.
Diante disso, é crucial que a sociedade e os representantes políticos mantenham a pressão por essa discussão. A luta pelo fim da violência contra a mulher é uma batalha contínua e exige o compromisso de todos para que haja avanços significativos nos direitos humanos e na justiça social.
Com informações e fotos da Câmara dos Deputados












