Rebeca Andrade, uma das estrelas mais brilhantes da ginástica artística brasileira, deixou um legado inesquecível nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. No solo, o mais icônico dos aparelhos, Rebeca encantou o público presente na Arena Bercy e desbancou a lendária Simone Biles para conquistar o ouro com uma nota de 14.166. Este feito não apenas garantiu a sexta medalha olímpica de Rebeca, o que a torna a maior medalhista olímpica do Brasil, superando Robert Scheidt e Torben Grael, mas também a primeira mulher brasileira a subir ao pódio nesta modalidade. Anteriormente, o melhor resultado brasileiro no solo era um quinto lugar, obtido por Rebeca em Tóquio 2020 e por Daiane dos Santos em 2004.

Em Paris, Rebeca demonstrou sua versatilidade ao garantir quatro medalhas: além do ouro no solo, ela conquistou a prata no individual geral e no salto, e o bronze por equipes. Durante a final da trave, também disputada naquela segunda-feira, terminou em quarto lugar. Em sua participação anterior, nos Jogos de Tóquio 2020, a ginasta já havia conquistado duas medalhas: ouro no salto e prata no individual geral.

Rebeca não pôde conter sua emoção ao refletir sobre suas conquistas. “Estou muito feliz e honrada por estar nesta posição. É algo muito difícil de ser alcançado. Treinamos intensamente, enfrentamos muitas adversidades, e às vezes, mesmo assim, não conseguimos. Então, realmente é uma honra representar o Brasil e mostrar que é possível. Acredito que quando você tem uma equipe que compartilha o mesmo sonho, as coisas acontecem. Eu tenho uma equipe multidisciplinar excelente, meu treinador, e a vontade de fazer acontecer, mesmo nos dias difíceis”, disse.

Na final do solo, Rebeca apresentou uma série ligeiramente simplificada em comparação à classificatória, omitindo o Sem Mãos Tsukahara na primeira passada, mas mantendo a precisão e a graciosidade que a caracterizam, ao som de Beyoncé e Anitta. A atleta recebeu uma nota de 14.166, superando sua nota de classificatória, 13.900. Isso a posicionou temporariamente na liderança enquanto aguardava a apresentação das demais competidoras.

A performance de Simone Biles, marcada por uma grande dificuldade, sofreu com duas falhas importantes quando a americana pisou fora do tablado, o que gerou um desconto de 0.6, resultando em uma nota de 14.133, inferior à de Rebeca. Assim, garantiu-se que a brasileira, no mínimo, teria o bronze. No entanto, nem a romena Sabrina Maneca-Voinea nem a americana Jordan Chiles conseguiram superá-la, coroando finalmente Rebeca no topo do pódio olímpico na modalidade que já havia consagrado outros grandes nomes brasileiros.

No entanto, a final da trave foi cheia de desafios, com muitas queda e desequilíbrios entre as atletas. Julia Soares, outra representante brasileira, errou mas manteve a cabeça erguida, terminando em sétimo lugar com uma nota de 12.333. A italiana Alice D’Amato, com uma performance impecável, conquistou o ouro com 14.366. Simone Biles, penúltima a se apresentar, também cometeu um grave erro e terminou fora do pódio, enquanto Rebeca, última a competir, teve sua nota de partida reduzida devido a elementos de ligação não executados, recebendo finalmente 13.933 e ficando em quarto lugar.

Em suma, Rebeca Andrade encerra Paris 2024 com feitos históricos e uma trajetória marcada por determinação e superação, consolidando seu nome como uma das maiores atletas da ginástica artística mundial.

Com informações do Comitê Olimpico do Brasil
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