As contas externas do Brasil registraram um saldo negativo em maio de 2024, equivalente a US$ 3,4 bilhões, conforme divulgado pelo Banco Central. Essa cifra representa uma piora significativa em relação ao mesmo período do ano anterior, que apresentou um superávit de US$ 1,093 milhão nas transações correntes.
Essa reversão no resultado se deve, principalmente, à diminuição de 6,9% nas exportações, resultando em um declínio de US$ 3 bilhões no superávit comercial. Além disso, os déficits em serviços e renda primária também aumentaram, contribuindo para o saldo negativo nas transações correntes.
Em um período de 12 meses encerrado em maio, o déficit em transações correntes totalizou US$ 40,148 bilhões, correspondente a 1,79% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. No entanto, o Banco Central ressalta que esse déficit externo está sendo financiado por capitais de longo prazo, especialmente por meio de investimentos diretos no país, que atingiram US$ 3 bilhões no mês de maio.
Apesar da queda nos ingressos líquidos em investimentos diretos no país (IDP) na comparação interanual, o Banco Central destaca que o IDP é a melhor forma de financiar o saldo negativo em transações correntes, uma vez que esses recursos são aplicados no setor produtivo e representam investimentos de longo prazo.
Em relação à balança comercial, as exportações de bens tiveram um recuo de 6,9% em maio, totalizando US$ 30,676 bilhões, enquanto as importações apresentaram um aumento de 3,1%, chegando a US$ 24,319 bilhões. Destaque para o crescimento das importações de criptoativos, que somaram US$ 1,476 bilhão no mês passado.
O déficit na conta de serviços também registrou aumento, atingindo US$ 4,482 bilhões em maio. O crescimento do déficit em serviços de telecomunicação, computação e informações foi uma das principais altas nesse segmento, alcançando US$ 659 milhões, impulsionado por operações por plataformas digitais.
Diante desse cenário, as transações correntes do Brasil seguem apresentando um quadro robusto, mesmo com a reversão na tendência de redução dos déficits em 12 meses a partir de março deste ano. A expectativa do Banco Central é que os investimentos diretos no país continuem a crescer, representando uma fonte estável de financiamento para o saldo negativo em transações correntes.
Com informações da EBC
Fotos: © Marcello Casal / EBC