Os servidores federais da área ambiental resolveram adotar uma medida drástica para reivindicar melhorias e mais reconhecimento por parte do governo, através de uma greve que se iniciou nesta segunda-feira, dia 24 de junho de 2024 e que deve se estender até o dia 1º de julho, atingindo um total de 21 estados do país.
Os primeiros estados a aderirem à paralisação foram a Paraíba, Pará, Acre e Rio Grande do Norte. Em Brasília, servidores do Ministério do Meio Ambiente (MMA) também engrossaram as fileiras da greve. A adesão ao movimento paredista, conforme a Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente (Ascema Nacional), será ampliada para outros 17 estados a partir do dia 1º de julho, incluindo Goiás, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Bahia, Espírito Santo, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Tocantins, Minas Gerais, Maranhão, Piauí, Pernambuco, Ceará, Alagoas e Rondônia, além dos demais servidores do Distrito Federal que não estão lotados no MMA.
A principal justificativa para a deflagração da greve foi o desinteresse demonstrado pelo governo federal em relação às demandas apresentadas pelos servidores nos últimos seis meses de negociações. A proposta do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) foi rejeitada durante assembleias conduzidas pelas entidades locais da Ascema, uma vez que não teria atendido aos pontos primordiais de reivindicação da categoria.
Para Cleberson Zavaski, presidente da Ascema, o atual contexto prejudica os resultados e traz consigo prejuízos tanto para o governo quanto para os setores regulados, uma vez que apenas ações emergenciais serão realizadas pelos servidores, mantendo-se mobilizados e pressionando por melhores condições.
Uma das principais demandas dos servidores é a reestruturação da carreira para equipará-la com outras carreiras de nível superior semelhantes em termos de responsabilidade e complexidade. A equiparação com a remuneração das carreiras da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) é um dos pontos cruciais, visto que há servidores da ANA cujos salários iniciais são superiores aos salários finais dos especialistas em meio ambiente.
A categoria expressou seu descontentamento com as propostas do MGI, principalmente no que diz respeito à remuneração, e permanece irredutível até que suas reivindicações sejam devidamente atendidas. Diante disso, a greve nacional dos servidores ambientais não se restringirá às atividades de fiscalização e operações de campo, mas alcançará todas as áreas, incluindo os serviços administrativos.
O retorno do Ministério do Meio Ambiente e do MGI é aguardado pela Agência Brasil para esclarecer os posicionamentos e propostas apresentadas ao longo das negociações com os servidores federais da área ambiental.
Com informações da EBC
Fotos: © Joédson Alves/Agência Brasil / EBC