A Golden Cross, operadora de planos de saúde, anunciou que seus 240 mil clientes de planos médicos empresariais serão atendidos pela rede credenciada da Amil a partir do dia 1º de julho. Essa mudança faz parte de um comunicado conjunto das duas empresas, que apontam ganhos de eficiência devido à escala e à qualidade da rede da Amil, que intermediou mais de 80 milhões de procedimentos médicos em 2023, realizados por 20 mil médicos credenciados.
Além das unidades próprias, a rede Amil também inclui 12 hospitais e clínicas no Rio de Janeiro. O modelo de atendimento pela rede credenciada está previsto na regulação dos planos de saúde e não altera o vínculo dos beneficiários com a Golden Cross, de acordo com a resolução normativa Nº 517 da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
Como parte da reestruturação devido à nova parceria, a Golden Cross irá suspender temporariamente a comercialização de todos os seus planos de saúde a partir do dia 18 deste mês. Enquanto isso, nos últimos meses, têm sido registradas crescentes reclamações de usuários de planos de saúde sobre cancelamentos unilaterais, deixando as pessoas sem acesso à assistência médica privada.
Entidades de defesa do consumidor e de grupos específicos, como pessoas com deficiência e autismo, têm denunciado os cancelamentos unilaterais no Senado. Para lidar com essa questão, um acordo verbal foi firmado entre parlamentares e empresários do setor para rever cortes feitos nos últimos dois anos para pessoas com doenças graves e com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
De acordo com a Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), 55% das operadoras de planos de saúde no Brasil apresentaram resultados negativos em 2023, comparado com 31% nos anos de 2018 e 2019. Isso impacta diretamente nas decisões dos usuários, muitos dos quais podem migrar para o Sistema Único de Saúde (SUS) devido aos reajustes nos planos de saúde individuais e familiares.
O reajuste máximo de 6,91% autorizado pela ANS terá impacto direto no orçamento de cerca de 8 milhões de brasileiros que possuem planos de assistência médica. Esse aumento, acima da inflação, pode levar a uma maior demanda por serviços públicos de saúde. O presidente da Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética (Anadem), Raul Canal, aponta que a constante elevação dos planos de saúde pode levar as famílias a rever a viabilidade de manter o convênio e recorrer ao SUS.
Portanto, é fundamental que os beneficiários fiquem atentos aos reajustes e às condições de seus planos de saúde, garantindo que estão sendo cobrados de forma correta e negociando quando necessário. A escalada dos custos e a movimentação dos usuários para o SUS representam um desafio que exige investimentos e valorização do sistema público de saúde no Brasil.
Com informações da EBC
Fotos: © Marcello Casal JrAgência Brasil / EBC