Circula na imprensa de todo o país a informação de que, em um possível colapso da mina n°18 da Braskem, a cratera resultante teria o tamanho do estádio Maracanã, localizado no Rio de Janeiro/RJ. No entanto, essa informação, divulgada pela Defesa Civil do Governo de Alagoas, é apenas especulação e não possui base científica.
De acordo com os dados do último sonar, realizado em 4 de novembro deste ano, a cavidade da mina 18 apresentou um volume de 116.000 m³, o que seria 27 vezes menor do que o estádio Maracanã, que tem um tamanho de 3.118.500 m³, segundo dados calculados pelo Centro Integrado de Monitoramento e Alerta da Defesa Civil de Maceió (CIMADEC).
O coordenador-geral da Defesa Civil de Maceió, Abelardo Nobre, esclarece que é mera especulação calcular a área que seria afetada, uma vez que estamos diante de um cenário inédito, nunca vivenciado no Brasil. Os dados disponíveis não permitem fazer essa previsão com precisão.
A Defesa Civil de Maceió tem realizado o monitoramento constante de toda a área afetada pelo fenômeno de afundamento do solo. Uma rede de equipamentos é responsável por medir possíveis deslocamentos em superfície, subsuperfície, inclinação e rotação, com o objetivo de acompanhar a evolução espacial e temporal do fenômeno de subsidência.
Técnicos das áreas de geologia, geografia, engenharia de agrimensura, engenharia civil e agentes de monitoramento compõem o time que realiza o monitoramento ininterrupto desde 2019 e fazem a análise dos dados coletados. A prioridade é salvaguardar a vida dos maceioenses, por isso mais de 55 mil pessoas já saíram da área de risco desde a identificação da subsidência em cinco bairros da capital.
A rede de equipamentos utilizada pela Defesa Civil de Maceió inclui uma rede sismológica com sensores superficiais e em profundidade, a interferometria de radar por abertura sintética (InSAR), receptores com Sistema diferencial de navegação Global por satélite (DGPS’s), inclinômetros, tiltímetros e pluviômetros instalados próximos à área afetada.
Desde a última terça-feira (28), o equipamento que mede a movimentação do solo na mina apresentou deslocamentos expressivos, o que levou os técnicos a iniciarem uma força-tarefa para gerenciar o caso. O Centro Integrado de Monitoramento e Alerta da Defesa Civil de Maceió realiza o monitoramento diário pelos equipamentos instalados em toda a área afetada e em seu entorno, incluindo o Sistema de Posicionamento Global Diferencial (DGPS), que mede a movimentação do solo em tempo real.
Além disso, o órgão realiza visitas periódicas nas residências da área adjacente para conferir se há novas manifestações patológicas relacionadas ao processo de subsidência do solo.
É importante ressaltar que as informações divulgadas pela Defesa Civil de Maceió são fundamentais para manter a população informada sobre a situação e garantir a segurança de todos. Medidas preventivas estão sendo tomadas para evitar possíveis acidentes e minimizar os impactos causados pelo afundamento do solo.