A Secretaria Municipal de Maceió (SMS) realiza, através da Gerência de Vigilância das Doenças Transmitidas por Vetores e Animais Peçonhentos, o Programa de Controle de Esquistossomose, um trabalho contínuo em diversos bairros, nos quais os agentes de combate às endemias atuam. As equipes visitam as residências nas localidades pré-determinadas, realizando o cadastro da população, entregando coletores para a realização de exames, através da coleta do material coproparasitológico (exame de fezes).
A coordenadora do Programa de Controle de Esquistossomose da SMS, Julliely Medeiros, falou sobre a importância da realização dos trabalhos.
“Nosso trabalho é contínuo e quanto mais pessoas forem diagnosticadas, melhor. A esquistossomose é uma doença silenciosa, muitas vezes as pessoas passariam a vida inteira sem saber que teria a verminose e que não receberia o tratamento. Então, quando encontramos esses casos positivos, temos a oportunidade de fazer o tratamento e o acompanhamento desses pacientes”, relatou.
No decorrer do fluxo de trabalho, os agentes fazem o recolhimento das amostras e enviam para o laboratório de análises clínicas localizado no Centro de Controle em Zoonoses (CCZ). Os resultados são repassados para a equipe de campo, para que os mesmos realizem a entrega destes à população cadastrada, assim como realizam o tratamento da esquistossomose, com a entrega da medicação.
Ao receberem as medicações, a população também tem acesso às orientações para que possam prevenir-se contra as enteroparasitoses (patologias promovidas por parasitas) e não voltem a se reinfectar. Nos casos de confirmação da esquistossomose, a população já recebe o medicamento para realizar o tratamento. E em situações de diagnóstico de outras verminoses, a população é direcionada para receber o tratamento e o acompanhamento nas unidades básicas de saúde do Município.
A gerente da SMS, Carmem Samico, falou sobre a atuação do corpo técnico nos pontos estratégicos. “É importante que toda a população, que em algum momento teve contato com água de rio, faça o exame para o diagnóstico da doença e o tratamento, mesmo sem sintomatologia”, orientou.
Atualmente, a equipe está trabalhando no Reginaldo e já verificou na região um total de 102 casos positivos, em visita anterior, para esquistossomose, que é uma doença parasitária, causada pelo trematódeo Schistosoma mansoni.
“Os principais sintomas da esquistossomose podem variar dependendo da fase da infecção e da resposta imunológica do indivíduo. Trata-se de uma verminose bem silenciosa. Muitas vezes assintomática. Ela dura anos para poder se manifestar no organismo. A maioria dos sintomas tardios acomete o fígado e o baço. Esse tipo de verme é o nosso foco. Mas, a gente faz diagnóstico também de outros tipos de verminoses”, explicou Julliely.
Sobre a doença
A Nota Informativa da SMS aponta que a esquistossomose é uma infecção parasitária, cujas formas avançadas podem levar a internações e óbitos. Atualmente, estima-se que 1,5 milhões de pessoas possam estar infectadas com o Schistosoma mansoni no País.
O diagnóstico é orientado pela apresentação clínica e história do paciente, que tenha tido contato com águas contendo caramujos infectados na área endêmica e confirmação diagnóstica realizada por meio de exames laboratoriais.
O tratamento da esquistossomose sem lesões avançadas consiste na utilização de medicamentos específicos para a cura da infecção. O Praziquantel é o medicamento de escolha para tratar a esquistossomose em todas as suas formas clínicas e faixas etárias.
Atualmente, é o único fármaco disponível no Brasil, fabricado pelo laboratório de Farmanguinhos/Fiocruz. O tratamento individual dos casos deve ser realizado por via oral, em dose única supervisionada, de 50mg/kg de peso para adulto e 60mg/kg de peso para criança (maior de 2 anos com peso superior a 10kg, até 15 anos com peso maior que 30kg).